sábado, 3 de julho de 2004

um novo mundo se descortina para mim.
você sabia que não é permitido transitar com cavalos, burros e jumentos pela passarela do metrô?
eu nem desconfiava.


nunca tinha reparado na quantidade de gente que senta num boteco pra beber às oito da manhã.


aliás, nunca tinha reparado como há festa de rua no fim de semana, em todas as ruas.
basta uma churrasqueira, o boteco ou tendinha nas proximidades, o som na caixa (que pode ser toca-discos portátil da década de 60, rádio de carro, sonzaço semiprofissa de caixonas ribombantes ou caraoquê for), trabalhadores e desocupados a fim de exorcizar preocupações ou simplesmente cumprir o ritual de diversão do calendário e tá formado o evento.
eu sei que não é novidade, o que me espanta é a generalização de um hábito que eu pensava ser mais localizado.


pipas. como um pequeno trecho de céu pode conter tantas pipas?


e como o som que nos embala diariamente pode variar dos periquitos e maritacas sobrevoantes ao das rajadas de balas avoejantes e tudo parecer tão normal.


acho que tem uma borboleta rondando a rede onde minha atenção dormia em sono profundo.


de vez em quando eu sonho com pixels ampliados 1600 vezes ou olhinhos piscando.


minha realização absoluta vai ser quando conseguir pegar o taco de sinuca por trás do corpo, meio "debruçada de costas" sobre a mesa, naquelas jogadas com a mão esquerda. eu acho o máximo da pose sinucal, combinando com as típicas luminárias pendentes.
um dia eu chego lá.


vejo céus de azul intenso, nuvens cor-de-rosa, sóis e luas deslumbrantes no meio duma paisagem que não diria bucólica, mas que me é cada vez mais querida.


e falando em periquitos: este som me acompanha onde quer que eu vá.


Foto: Fábio Pili (www.brasiloeste.com.br) - 'Filha de uma típica família ribeirinha do rio das Mortes, menina brinca com seu periquito de estimação'.


noutro dia tinha um cara vomitando no ônibus-integração do metrô, sentado no degrau do corredor de passagem, ainda no ponto final/inicial. parecia bebum, mas não se pode afirmar sem provas. de vez em quando ele deitava no chão, ou apoiava a cabeça na perna do passageiro sentado na cadeira ao lado do degrau. e fazia aqueles barulhos ameaçadores que você sabe, e todo mundo se encolhia quando não podia se afastar mais da área perigosa.
o trocador tentou inútil e amavelmente convencê-lo a descer antes do ônibus começar a andar, mas no que ele disconcordou eu teria insistido com mais vontade. foi uma pequena grande viagem de um ponto de distância, mas nesta vida o que não se pode é reclamar de tédio.


êêêêba!!! já tenho a minha camiseta dos malvados!


não tinha reparado na quantidade de roupas que eu tenho. incluindo meu próprio brechó de coisas raras do século passado. o que posso responder quando me perguntam onde foi que eu comprei aquela blusa? que sempre existiu?


a Hannah não gosta de gato félix, e deu gritos de horror ao ver 4 gatos félixes juntos pintados de kiss naquela outra camiseta. (mas eu perdôo porque adoro mais a Hannah que a camiseta).


estou com saudades da turba ignara e do Arpoador. I'll be back. brevemente numa calçada perto de você.


os censores da ditadura militar eram tão burros quanto os programas de computador que bloqueiam sites a partir de palavras "condenadas".
censurar um cantor brega por usar algo como "você tortura minha alma" na letra foi mais que simples imbecilidade, foi um primarismo de programação.


quando vejo um pequeno poodle latindo histericamente prum pitbull, rottweiler, doberman ou semelhante, que passa indiferente às provocações pensando na própria vida, entendo perfeitamente o que acontece no mundo dos humanos, você não?


a melhor avaliação do Marlon Brando que eu vi nesses dias de homenagens póstumas foi a do Nelson, disparada.


estou achando tudo bom, até aquela comida suspeita.
(mas pra ser bem sincera, meu sistema digestivo não aprecia muito esta recaída no populismo alimentar, que fere seus princípios naturebas e/ou aristocráticos).


now the dark days are gone, and the bright days are here,
my sunny one shines so sincere


abandoned-places

abandoned places

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