droga.
tantas mensagens em coreano no meu correio.
não digo que esteja certa, se estivesse não teria me ferrado sempre que tentasse agir por impulsos inadiáveis, mas por que raios a vida não pode ser mais simples? pra que tanta dificuldade, tanta tensão, tanta curiosidade borboletando lá dentro e nenhum movimento pra desatar o barbante da inércia enrolado nas pernas?
a gente alimenta esperanças com pastéis de vento. depois tem que andar por aí com a esperança gordinha na coleira antes que ela escape e galope entre os carros, antes que ela nos coma num acesso de fúria, pra gastar suas forças. pra não querer, não pensar nem achar nada. pra não perguntar nada a ninguém. pra não comer morcego. pra não produzir mais vento.
mas a droga da vontade de ver como seria se acaso fosse aponta no horizonte o tempo todo e é triste constatar como é fácil desistir dos nossos futuros possíveis.
sei lá, entende? mil coisas complicadas e uma loura querendo entender a tal palavra intraduzível.
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