terça-feira, 24 de agosto de 2004

I believe in miracles.

Você acredita que tudo pode ser resolvido assim de repente? Pois aconteceu naquele dia mesmo. Conquistei um futuro possível em 24 horas.

Vou te contar uma historinha: em 15 de dezembro, só pra ter uma data comemorável, um disco voador carregou minha vida pra muito, muito longe daqui, e tive que decidir as coisas de sopetão, da noite pro dia, dia após dia, e podendo mudar tudo nas próximas horas.

Como boa mochileira das galáxias, eu parti. Comandos em ação, percebe? Vida real. O que teve o ano passado de falta teve este de excesso.

O jet-lag entre planetas é mais violento, você sabe. E climas estranhos provocam miragens feéricas, lembrai-vos das auroras boreais e austrais.

Casei e mudei para um castelo de vidro nas estepes antárticas (como em Superman, acho que era o 2), situado ligeiramente acima do chão. Flutuante. Quando esquenta ele derrete um pouco, então chove lá embaixo.

Meses e meses de mãos geladas e coração quente, previsão zero, suspense e suspensão, idas e vindas, ansiedade e surpresas. Eu aprendi a voar, eu aprendi a cavalgar sobre o gelo, eu aprendi a pescar krill com as baleias e os japoneses, eu aprendi a domar tubarões e abomináveis homens das neves, eu aprendi a deletar com fé e a atravessar paisagens transparentes. Voltei a usar meus óculos amarelos.

Agora chega de pairar. Já é tempo de descer em terreno firme.

Não que se deva desistir de living la vida loca nas nuvens, mas entende, hora de abastecer.

Eu trouxe fotos, lembranças de viagem e um leão marinho da Patagônia pra criar na banheira.

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