domingo, 23 de novembro de 2003

faça como o velho marinheiro
que durante o nevoeiro
leva o barco devagar


uma semente atirada
em solo tão fértil
não deve morrer
é sempre uma nova esperança
que a gente alimenta
de sobreviver


eu sou assim
assim morrerei um dia
não levarei arrependimento
nem o peso da hipocrisia


mágoas
tudo passa com o tempo
lágrimas
são as pedras preciosas da ilusão


eu amei estando só
portanto a solidão
não é demais


ah minha Portela
quando vi você passar
senti meu coração apressado
todo o meu corpo tomado
minha alegria voltar
não posso definir aquele azul
não era do céu
nem era do mar
foi um rio que passou em minha vida
e meu coração se deixou levar


quem quiser que pense um pouco
eu não posso explicar meus encontros
ninguém pode explicar a vida
num samba curto


silêncio por favor
enquanto esqueço um pouco a dor do peito
não diga nada sobre meus defeitos
eu não me lembro mais
quem me deixou assim
hoje eu quero apenas
uma pausa de mil compassos
para ver as meninas
e nada mais nos braços
só este amor assim descontraído
quem sabe de tudo não fale
quem não sabe nada se cale
se for preciso eu repito
porque hoje eu vou fazer
ao meu jeito eu vou fazer
um samba sobre o infinito


(Paulinho da Viola , por Teresa Cristina e o grupo Semente )

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