terça-feira, 25 de novembro de 2003

o dia que não começou.
segunda-feira, ontem, que por motivos práticos vamos chamar de hoje, acordei tonta. parecia ressaca mas sem nenhum prazer anterior. o castigo sem pecado. quer dizer, alguns dias não deixam de ser uma espécie de carraspana. a maldição das segundas é seguir os domingos com tempo livre demais e disposição de menos, cabeça vazia é oficina do diabo.
eu devia ter desconfiado quando preparava o café e sentei no chão da cozinha querendo estar em outro planeta, mas não me rendo facilmente. tentei sair de casa e tive vertigens fortes, o moço do isopor de mate-guaraplus me socorreu com gelo, tomei café de emergência, voltei de ônibus zumbizando, lerda. deixei tudo pra depois e dormi a tarde toda. e um pouco da noite.
não costumo passar mal nem ficar doente e os desequilíbrios de saúde me deixam impaciente, como falhas que tenho rapidamente que superar. mas hoje não. tem horas que se você não tem tolerância, azar o seu, porque não muda nada, é o fim das forças. as coisas coisam com potência máxima e não pedem licença, derrubam o que estiver no caminho.
foi uma necessidade de intervalo, breque, silêncio, descanso, concha, pausa, tempo, distensão, trégua, paz. bandeira branca, um pedido de mim pra mim mesma. alôôôu, atenção, atenção, devagar com o andor, mais paciência. dorme que passa.
então eu dormi, dormi, dormi, tive sonhos estranhos e acordei estranhamente calma e zen e muito, muito lerda e flutuante.
então vou é dormir de novo, sonoterapia tem poder.

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