quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

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abobrinhas da estação:

quer falir em tempo recorde? no verão do Rio inaugure qualquer negócio sem ar condicionado.

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por que parece tão difícil combinar a produção de trabalhos bons, úteis e gratificantes & a sobrevivência ganhando adequadamente por eles?
ahhh, porque faltou definir os termos "bom", "útil", "gratificante", "sobrevivência" e "adequadamente".

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você deita na areia, fecha os olhos e sonha um pouco. desperta quando uma sombra pára sobre você. de pé na sua frente um cara assim... impressionante, tão perto que além de tapar o seu sol está pingando água fria sobre o seu corpo quente. incomodando, claro. mas ai.
toda a sua vida futura passa diante de seus olhos num segundo mas você só diz dá licença? e fecha os olhos de novo.

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verão, veremos.

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dizia aquela sábia pessoa: antes de sair criticando todo mundo, olhe o próprio rabo.
sempre esquecemos, né?
não se trata de abolir o senso crítico nem de perdoar o imperdoável, mas se antes de baixar o pau no alheio dicumforça a gente lembrasse pelo menos da dificuldade de aceitar críticas ou correções quando a falha é nossa.. pegar mais leve já seria um adianto.

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eu tenho uma pick-up 4x4 com prancha de surf no bagageiro do teto e combustível de graça.

(é, é igual sim, mas a minha é bordeaux, cor de vinho chiquérrimo. e eu USO, é claro).


amor eu vou pro Tahiti
viver a vida sobre as ondas
vou ser surfista de cinema
o meu destino é ser star

o vento beija meus cabelos
as ondas lambem minhas pernas
o sol abraça o meu corpo
meu coração canta feliz

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está aberta a temporada de comemorações, com ou sem motivo.
ou a temporada de pretextos.

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L diz:
tem inauguração no sábado
L diz:
isso não vai prestar
Hilda diz:
por que?
L diz:
a pessoa não deve se prometer parar de beber no fim do ano
Hilda diz:
ou deve, que assim bebe um pouco menos
Hilda diz:
pelo menos começa mais tarde
Hilda diz:
fica dizendo "não, tou sem beber" durante uns quinze minutos

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nessas noites de chuva inundante ela é a verdadeira árvore de natal das alagoas.

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eu vi o zepelim saindo detrás dos prédios da rua da Passagem.
pairando muito alto, lento e majestoso, como uma revelação, um símbolo sagrado.
a impressão que dá é que daqui a pouco vai tocar a música, a trilha sonora da cena.

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sabe, não tá tudo essas maravilhas, mas a gente tenta botar um pé adiante do outro, dar um impulsinho pra frente, equilibrar pra não cair e sai andando.
me dá muita raiva quando alguém tenta reduzir a alegria conservada a duras penas em ambiente hostil a uma falta de consciência dos males do mundo, a superficialidade e bobeira. eu já nem devia ligar pra isso, não tenho mais que provar o que sou a ninguém que não me interesse. mas ligo, e sinto raiva.
que só dura até que agentes provocadores desatem com seu acervo de bobagens um ataque de riso daqueles.

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sem medo de ser pleiboa: agora eu possuo vestes e acessórios em VERDE LIMÃO.
(mas não é tão grave, nem chegam a fosforecer).

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"Você pode se esgueirar por túneis sombrios
florestas petrificadas, pode se esconder no vão da escada
no armário da amante, no buraco da Sara, pode escorrer pelo
ralo da banheira, pode virar barata, lobisomem, camaleão
ou rinoceronte, pode pegar carona com o pássaro Roca
pode até burlar o olho vigilante de Deus.
Mas nunca conseguirá fugir do homem que
lá embaixo, na rua, na tarde ensolarada, grita
Pamonhas Pamonhas Pamonhas
Pamonhas de Piracicaba."

leiam Furio Lonza, estreando coluna!
a internet nunca mais será a mesma!

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felizes festas, felizes férias, felizes ocupações, felizes obrigações, felizes estresses, felizes programas, felizes correrias, felizes muvucas, felizes encontros, felizes xabus, felizes surpresas, felizes dívidas, felizes dúvidas, feliz ócio, feliz pé na jaca, feliz amnésia, feliz fim de ano.

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