sexta-feira, 26 de dezembro de 2003

apesar de meu endereço ser numa das ruas mais movimentadas de um bairro super movimentado de uma cidade que é só movimento, moro num prédio calmo, tranqüilo e silencioso. um dia explico melhor tal fenômeno, agora só é importante saber que QUALQUER ruído na vizinhança é ouvido, já que ruídos sobressaem nos lugares silenciosos e atraem nossa atenção.
numa situação assim, a qualidade dos vizinhos é fundamental. e tenho sorte, fora aquele pianista desgraçado só há mais um ser que incomoda com certa freqüência, e bem menos que o limiar da paciência de um cidadão de bem (limiar este só atingido e ultrapassado pelo cundenado pianista que matarei um dia desses).
mas o que incomoda no tal outro(a) vizinho(a) é mais o conteúdo que o nível de ruído: ele, ou ela, chora. muito, muito, muito. gemendo, falando alguma coisa espremida no meio do pranto.
ouvir alguém chorando é muito aflitivo.
pensei que fosse uma criança ou adolescente, me disseram que é uma "mulher maluca", não dá pra saber. também não dá pra ajudar. a impotência é uma merda, pior que a inveja.
grandes cidades são assim, com essa participação involuntária na intimidade alheia (é pior que blog, não é? por ser involuntária). você ouve alguém sofrendo pertinho e não localiza, não pode fazer nada, e aos poucos vai se acostumando com aquele choro e desligando, abafando, ignorando, como se fosse o som de um programa de tv.
caraca.



sonha alto, faz um pedido, parte a taça no chão.
feliz ano de novo, de novo, de novo, ah de novo não!



suspeitava desde o princípio:
nunca quis ver Harry Potter nem Senhor dos Anéis, não simpatizo com o estilo. Mas veio parar dentro da minha casa o Senhor dos Anéis 2, eu tava ali de bobeira, tijelona de pipoca e tal, aí a curiosidade não me deixa continuar dizendo que não vi e não gostei.
agora eu vi e não gostei.
(o Gollum não lembra um pouco o Steve Buscemi? eu achei.
e o Aragorn, que poderia ter saído de qualquer banda dos 70, é a cara do P. :)



é pau, é pedra

a última cena de Pierrot le Fou. (a última que me lembro, não sei se a verdadeira última).
a dinamite amarrada na cabeça.
é a cabeça que importa, BUUUM e pronto, não sobram nem cinzas. é bem assim.
the end de verdade.



oooooooooooooooooooooooooooooooooooc (o elo partido da corrente)



pronto. tou pronta. podemos ir.



muita calma pra pensar
e ter tempo pra sonhar
da janela vê-se o corcovado, o redentor, que lindo
quero a vida sempre assim



a casa tá fechada e o rio ruge.
raios, sombras na parede, lama, mas não faz mal. perdi todo o medo.
me roda no ar mais uma vez?

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