quarta-feira, 3 de dezembro de 2003

ontem eu vi o Declínio do Império Americano, afinal.
um dos filmes mais chatos que já assisti em toooooda a minha vida.
caramba, como intelectuais franceses (e colonizados que se acham franceses, como os intelectuais do Quebec) são insuportavelmente pedantes e chatos.
intelectuais pedantes chatos é redundância em qualquer nacionalidade, mas os franceses especialmente, pela arrogância aristocrática (diferente da arrogância troglodita dos políticos, por exemplo) e sua certeza inabalável de superioridade cultural.
e os intelectuais de todas as colônias costumam ser mais insuportavelmente elitistas que seus ídolos da metrópole, para serem aceitos como iguais, mas os das ex-colônias francesas necessitam provar sua nobre estirpe de valor universal para compensar a "falta" de história que realmente conte, a história européia.
e como se pode ser conservador, preconceituoso, sectário e inflexível, não importa que autodefinido como "de esquerda" ou "revolucionário" (eu, por exemplo, com as generalizações indevidas).
oh sim, com muito boa vontade o filme pode ser visto como crítica a esses comportamentos, como denúncia dessas contradições. pode ser visto, se você aguentar ver horas e horas de discursos pretensiosos e muito, mas muito, mas muitíssimo chatos sobre qualquer assunto.


(o ministério do espectador de cinema amador - o espectador, não o cinema - adverte:
1- não estou falando dos pensadores em geral, dos estudiosos que se dedicam à reflexão e análise tão úteis e raras na nossa era do palpite superficial e do improviso, acho que dá pra perceber;
2- já gastei muito tempo da minha vida lendo intelectuais franceses - pedantes ou não - que tinham muito a me dizer. mas não tive que conviver/interagir com eles, graças a deus;
3- gostei bastante d'As Invasões Bárbaras, do mesmo diretor e com os mesmos personagens;
4- esta é uma opinião pessoal, intransferível e totalmente desprovida de intenção e/ou capacidade de influência sobre outras mentes ansiosas pra ver o filme - resumindo, dispensável - mas eu não dispensaria uma oportunidade de emiti-la).

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