segunda-feira, 17 de maio de 2004

minha cumádi, o cumpádi morreu
vancê agora vai ficar sozinha
mas se vancê arresorvê casá, minha cumádi
não se esqueça, a preferença é minha
....

vamo vamo minha cumádi
vamo agora morrê junto
quero vê cumé qui cabe, minha cumádi
numa cova, dois difunto


ah que saudade eu tava de cantar pra vocês.


*


desiste. que algumas pessoas em que você esbarra pela vida, nem adianta. parece que nasceram com a programação incompleta, uma peça faltando, um erro fatal. não adianta apoio, boas condições de desenvolvimento, oportunidades, boa vontade, elas só vão ligar pros seus próprios monstros criados e alimentados em laboratório, com todo cuidado e perseverança. elas vão usar capacetes de realidade virtual com cineminha dentro, e enxergar o mundo à sua imagem e semelhança. elas vão encher o teu saco até que você perceba que não tem nada a fazer ali, não adianta.
que sigam em paz, na direção do infinito horizonte.


*


falando em horizonte, não tem nada a ver mas lembrei que no outro dia cantava músicas de ninar pro Igor e de repente veio aquela do Chapeuzinho Vermelho:

nós somos os caçadores
e nada nos amedronta
damos mil tiros por dia
matamos feras sem conta
varamos toda a floresta
por vales e cercanias
matamos onças pintadas
pacas, tatus e cotias


caramba, praticamente extinguiram a fauna nacional.
este hino bélico, arrasa-quarteirão, multiassassino de animais é musiquinha de disco infantil tradicionalíssimo e eu nunca tinha percebido como é tão educativa e exemplar para a formação das novas gerações.
mas, pelo menos até agora, todos na família que foram submetidos à experiência de ouvir disquinhos infantis sobreviveram às suas influências malignas. (no que dizem respeito a maus tratos de animais, quero dizer, porque há influências mais difíceis de neutralizar em outras áreas.)


*


e falando em música, ó mais:

adeus Sarita
vou partir para a fronteira
levando minha boiada
para vendê-la na feira
com o dinheiro desta venda
eu vou comprar
mais uma linda fazenda
e contigo me casar

no dia do casamento
vai ter baile a noite inteira
a sanfona vai tocar
esta rancheira
os vaqueiros reunidos
cantarão para nós dois
e nossa felicidade
virá depois



*


caraca, hoje bateu uma saudade da Clarinha. nem preciso de analista pra entender porque.
minha cachorrinha fiel e companheira, sempre junto de mim, sempre.

você vai me seguir
aonde quer que eu vá



*


e encerrando a nossa apresentação desta tarde,

olha benzinho, cuidado com seu resfriado
não tome sereno
não tome gelado
o gin é um veneno
se cuide, benzinho, não beba demais
se guarde para mim
a ausência é um sofrimento
e se tiver um momento
me escreva um carinho
e mande o dinheiro do apartamento
que o senhorio não é como eu
não sabe esperar

o amor é uma agonia
vem de noite, vai de dia
é uma alegria
e de repente uma vontade de chorar

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