sexta-feira, 30 de janeiro de 2004

então, num güento mais essas idas, e vindas, e voltas, esse pessoal que mora longe e fica aparecendo do nada, pensa que eu procurei? não, estava eu posta em sossego no recesso do meu lar e os amigos vieram me chamar, e ficam apresentando essa gente que vai logo embora, e alguns surpreendentemente voltam como haviam dito, mas partem novamente porque moram lá, e são aves de arribação migrando pro sul, pro norte, pro oeste e pro leste na primeira hora da manhã e eu já tinha resolvido que não quero conhecer mais ninguém que não seja vizinho, quero meus velhos amigos que tocam campainhas e me encontram nas esquinas e vejo seus olhos e ouço a sua voz sempre que precisar, não quero passear no aeroporto, não quero sair daqui, não quero conhecer outras culturas, outros hábitos, paisagens novas e gentios, não quero esperar pelas cartas por emails que vêm de navio, leva um mês pro dia seguinte chegar, não quero essas línguas que ninguém entende, essa mistureba de babel, esse povo cor de rosa que gosta de caipirinha mais que eu, não quero saber da rua onde eles moram, do trabalho e do clima, dos estudos e do prédio, não me interessam suas famílias e suas cervejas quase mornas e vinhos excelentes, não quero sentir suas ausências, não quero esperar a próxima data, não quero morar no albergue espanhol por quinze minutos e passar a vida lembrando como era bom.

felizmente também tem os que ficam pra sempre.

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