terça-feira, 27 de janeiro de 2004

mas não confunda isto com aquilo.
isto é o que há, ou talvez não haja.
aquilo é o que houve, ou talvez nem tenha havido.
isto é um dado rolando pra debaixo do sofá, daqui não dá pra ver.
aquilo é você no emprego novo preocupado se eles vão dar conta direitinho do seu último projeto do emprego antigo.
isto é não saber se vai chover e ter preguiça de levar guarda-chuva.
aquilo é não pegar mais aquele ônibus, porque aquela rua sempre engarrafa neste horário.
isto é o que não pode crescer assim ao léu, como capim depois da chuva, tem que replantar no vasinho.
aquilo é o que não pode deixar rabinhos, minas explosivas porventura sobrantes enterradas no solo.
isto é o que pode nem crescer. preguiça de cuidar, entende? nem toda semente tem que vingar.
aquilo é o dente arrancado, a gengiva tem que desinchar até o fim pra não deixar nenhuma dor. curativo de meia em meia hora.
isto é esquecer à toa e anotar na agenda mas não olhar a tempo.
aquilo é só se permitir um jeito disney de sentir saudade.
isto é só uma campainha na porta, a gente toca ou não.
aquilo é apenas "uma fisgada num membro que já perdi".
isto é antes do início.
aquilo é depois do fim.

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