segunda-feira, 26 de janeiro de 2004

- o dia já vem raiando, meu bem
- segue em paz.


outono.

pronto, já deu. já estou cheia deste verão, deste clima carnavalesco, deste aeroporto, desta babilônia, dessas cores sorridentes, desses corpos saudáveis, desses lugares lotados, desta luz feérica, dessas coisas animadas.
quero minha bat caverna.

(e nem posso voltar à programação normal, o que seria a programação normal numa revolução?)


dia mil e trinta e seis.


não fui ver Irreversível nem Dogville sozinha porque já tinham me avisado que depois era difícil. não é aconselhável passar dificuldades por nada.
mas acabei voltando lá. sei lá pra que. estava acompanhada, amparada, me sentia segura, determinada, cheia de certezas, quase indiferente, por cima da carne seca. nada poderia me atingir.
ra ra.
não sei porque insisto em testar meus limites.


e não sou exatamente uma leoa de bronze da pracinha, se é que me entende, não posso voltar mais a lugares assim, de jeito nenhum, nem por dois segundos.


por falar nisso queria ser como essas pessoas tão civilizadas, desprendidas e neutrinhas nos momentos difíceis da vida.
mas não sou não, eu fervo.


há que controlar, mas sem cair na hipocrisia jamais.


na ironia pode, né? sem ironia não dá, só restaria botar vidro moído na comida dos desafetos, essas extravagâncias medievais.


(e ninguém tem que ligar pro que eu digo, viu? eu falo com as paredes do meu blog.
e nessas horas nem eu sei o que estou mesmo pensando.
além do mais blog é tudo mentira, ficção, novelinha muito da fajuta, diário adolescente retardado.
se eu fosse você ia ler outra coisa.)


que foc.


yesterday all my troubles seemed so far away.


mas não tou triste não, sabe? tou procurando por onde ir depois de toda essa história. vou por lá, não dá, volto, experimento por ali, talvez quem sabe.
nem triste nem alegre nem indiferente, tou procurando a porta certa e pagando pra ver.
como sempre, aliás.


acho que a operação tapa-buraco foi pro buraco, hohoho.


mas é tão diferente, não acha? tão.
é difícil acostumar.
é mais "concreto", dizem que mais saudável e "normal".
mas tão mais frouxo, mais de ocasião, menos sincero, menos visceral, menos fundamental pra sobrevivência.
menos real.
a gente força a barra mas de repente fica tão claro que está forçando a barra.
não pode ser igual, não vai ser o que se quiser que seja, às vezes não é nada.
acho que isso é síndrome de abstinência da minha droga alucinógena mágica fantástica.
que não era quase nada mas parecia tudo.
inclusive parecia minha.
mas drogas matam, não é? quase morri de overdose de alucinação.
então vamos viver, que a vida é muito curta e não há te-e-e-empo pra lamentar o que não existe, meu bem.

Nenhum comentário: