sábado, 27 de março de 2004

cheguei. mas já vou. (depois de ler os jornais e ficar sabendo. você sabe, saber é muito importante).


e aproveitando o imenso vazio das almas de ressaca, vou cantar pra vocês:


desperta no bosque
gentil primavera
com ela chegam os cantos,
gorgeios do sabiá
laralalalalalalala
lalalalalalala



Coooooopacabana princesinha do maaaar
da sua janela imagina ela...



nos dez anos do genocídio de Ruanda é que vou me tocar do tamanho do massacre: 800 mil civis assassinados, quase um milhão de pobres num país miserável de um continente fudido, quem notou a perda?



que mundo pequeno, pequeno, muito muito micro, este nosso.



(não vejo mais o que não quero. o que não posso. não olho. deixo que as coisas me persigam, me alcancem, me peçam e agradeçam a atenção dispensada).



meu refrigerador não funcioooona (oh babe no no no)



pai, meu cavalo ontem morreu de fome e sede
enterrei-o envolvido em minha rede
era o que tinha de melhor para lhe dar




ouvi ou li em algum lugar que a saudade dura 7 meses, quimicamente falando.
nossos processos cabalístico-fisiológicos.



e a nossa marcha inexorável rumo ao Primeiro Mundo? Santa Catarina sai na frente! primeiro, neve, e agora isto! Brasil-il-il!
(ah, e não nos esqueçamos do nordeste, com a brilhante contribuição dos terremotos e ataques de tubarão!)


as águas vão rolar: que os céus protejam Floripa, tenho que voltar lá.



há ruas que nos alimentam, não há? só de andar.



Pet's Angels: você levaria seu amado animalzinho de muita estimação a uma clínica veterinária que tem como logo um cachorro e um gatinho de asas? o que te lembra? a mim, percepção enviezada por desenhos animados e quadrinhos, boas alminhas subindo aos céus.



eles não têm mais o que dizer. o que me dizer, pelo menos. mas compareço religiosamente, procurando ecos perdidos de uma estrela extinta, vozes do tempo em que os bichos falavam.
e saio de lá correndo pro porão do cientista, onde se inventa uma nova linguagem de sinais luminosos pra contato de terceiro grau com os bichos que deixaram de falar.



É para você que escrevo, hipócrita. Para você - sou eu que te sacudo os ombros e grito verdades nos ouvidos, no último momento. Me jogo aos teus pés inteiramente grata: bofetada de estalo, decolagem lancinante, baque de fuzil. É só para você e que letra tán hermosa - Exaltação - Império Sentido na Avenida - Carnaval da síncope. Pratos limpos atirados para o ar. Circo instantâneo, pano rápido mas exato descendo sobre a sua cabeleira de um só golpe de carícia, e o teu espanto!

(Ana Cristina Cesar)



hoje é uma espécie de segunda-feira.

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