domingo, 14 de março de 2004

e depois dos queijos e vinhos tão aristocráticos da véspera, hoje é dia de piscinão com surrasco e sortinho e aqueeeeela loura gelada no Centro Cultural e Recreativo, porque a gente gostamos de comer e beber ecleticamente e de frequentar todos os melhores ambientes de nossa sociedade.
tim-tim.




todo mundo erra, todo mundo tem que ter chance de tentar se corrigir e deve ser perdoado pelos vacilos quando pede e corre atrás deste perdão, eu acho.
o Zeca Pagodinho tem todo o direito de se arrepender por ter topado promover cerveja ruim e ser constrangido a consumi-la em público, não tem?
claro que a Schin cobriria as oferta$ da Brahma se fosse tudo só uma jogada, um leilão de imagem.
vou te dizer, eu acredito muito, plenamente, que ele não consiga fazer nada obrigado, é o meu ídolo íntegro absoluto, um cara sincero e coerente com seus próprios prazeres, crenças e valores - e entre eles beber cerveja em paz é mais que um ritual sagrado, é um estilo de vida a preservar.
todo apoio ao Zeca Pagodinho, mas não à Brahma especificamente. todos nosotros mortales também bebemos Skol e Antártica na tendinha de Xerém. (e eu prefiro Bohemia, nesta minha fase light, mas na prainha do rio do sítio*).
como diz - implicitamente - aquele comercial semi-institucional da "nossa" multinacional Ambev: primeiro Xerém, depois o mundo!

*esta prainha aqui:
sítio




falando nisso (no fim você verá que eu também falava disso), os noticiários sobre os atentados em Madrid me lembraram da viagem à Espanha, quando passamos pelo país Basco. Os turistas foram alertados para a inconveniência de se discutir política, em qualquer nível, e ouviram a sensatíssima recomendação: "sejam gentis, tratem bem, com atenção, qualquer pessoa daqui, eles são orgulhosos e conhecem seus direitos". achei lindo, aquilo, um povo orgulhoso e consciente capaz de exigir bom tratamento dos visitantes (temerosos da violenta retaliação que a agressividade gratuita cotidiana dos turistas contra autóctones pudesse provocar).

fiquei imaginando que eu e o resto da torcida do mengão também gostaríamos de ser sempre tratados como bascos, mesmo quando não temos, ou apesar de não termos a intenção de "justiçamento" fatal dos grosseiros e desatenciosos. (mas sei lá, remember dogville...)

assim,

olhaí, galera, acho melhor a gente tomar mais cuidado com as atitudes no futuro:
= responder sempre os e-mails, recados de telefone, bilhetes, perguntas, iniciativas de comunicação (só estando previamente desculpados os silêncios nos casos daquelas mensagens irrespondíveis mesmo, pelos motivos que todos concordamos).
= jamais combinar de ir e faltar sem avisar, jamais desmarcar em cima da hora por motivos tolos esfarrapados, jamais desistir de receber alguém quando a visita já estiver no meio do caminho, enfim, jamais ser covarde e bundão/ona, simplesmente não combinar o que não se tem condições de cumprir.
= jamais explorar a boa fé, a aparente ingenuidade, a exposta fragilidade de quem parece precisar de ajuda, a sinceridade, a confiança, a tolerância e a paciência de quem lhe devota amizade.
(e por aí vai, cada um sabe onde o calo lhe aperta e como pisar nos calos alheios.)
porque senão...
= a sua imagem se auto-explodirá diante daqueles que mais o admiravam em trinta segundos.
= a sua consciência se auto-torturará quando você crescer e lembrar do que perdeu por ter sido tão bobão/ona.
= você se auto-transformará numa má lembrança, na memória dos que o amavam.
(e por aí vai, cada um sabe o que o arrependimento lhe faz quando não dá mais pra consertar os estragos causados).

mas eu falo nisso (viu?, continua o mesmo assunto, o perdão) tão sem ressentimentos das situações e pessoas que me magoaram no passado, por saber que todas as mágoas um dia se desmancham no ar.
porque só quem é importante pra gente, e enquanto é importante pra gente, é que tem o poder de magoar. depois, fica só o tsk-tsk-tsk, e depois não fica nada.

dizia Borges que o esquecimento é a única vingança, e o único perdão.
tchantchaaaaammmmmmm...

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