quarta-feira, 10 de março de 2004

o tempo passa, o tempo voa
e as coisas continuam coisando furiosamente numa boa.


mudanças. corridas. saltos. degraus. etapas. chegadas. vitórias. pódiuns. partidas. tropeços. degraus.


o adeus às dogras, vícios, maus hábitos e pecados mortais. 44 dias de independência e pouca morte.


praticamente uma flor brotando do pântano.


não, não risquei palitinhos na parede a cada dia, só contei hoje.


e não, não eram os vícios comuns, eram os piores, tipo roer unhas, e aqueles outros.


definitivamente, por enquanto. irreversivelmente, no momento.


"pra sempre". "eternamente". "nunca mais". "definitivo". "irreversível". vou te contar, palavras difíceis.


logo eu guardiã das portas abertas, todas abertas pras incertezas, o imponderável e as dúvidas.


olhaofuturoaí, gente.


e a vida vai seguindo assim. nuns dias chove, noutros dias bate sol. às vezes tudo bem, às vezes sem razão.


fora as surpresas que caem do céu e sua ciranda do ir e vir, tão inevitável, esperançosa e triste.


o que vier, virá, o que for, irá. o que ficar, ficará?


esperar é chato. não esperar também é.


mas pegar carona nessa cauda de cometa, ver a Via Láctea, estrada tão bonita, brincar de esconde-esconde numa nebulosa é legal.


"não tem jeito, não tem mágica, não tem loucura, não tem delírio febril capaz de restaurar no ambiente ou resgatar na falível memória humana o que a fúria da natureza destruiu. impossível recriar aquelas paisagens".

dizia eu.
mas não vê? agora vem o Hubble e implanta a dúvida no seio das nossas certezas eternas: que emoção conhecer praticamente o cenário pós big-bang, as galáxias originais do universo, o início dos tempos.

depois disto, tudo é possível.


*


nas bancas: o bombeiro-Darlene da Luma, a vida e a obra de Jorginho Guinle, os famosos-quem do Big Brother, waldomiros mil do meu Brasil.


eu desisto.
não existe esta manhã que eu perseguia.



vou fechar tudo e fazer um cruzeiro pelas antilhas, antárticas, antônios, antônimos, antúrios, antíteses

(H., p/ aaa - associação dos atônitos anônimos)


*


dívidas, dúvidas, dádivas.


arpoador

quem é dono desse beco?
quem é dono dessa rua?
de quem é esse edifício?
de quem é esse lugar?

é meu esse lugar
...
eu quero meu crachá!
link

meu porto, minha paisagem.
quando tudo submergir eu mudo.
(talvez não. pode ser até melhor morar no fundo).

na cidade sangue quente
na cidade maravilha mutante



*


oh yeees, dia de catar coquinho no mato. preciso deles.


recordar é viver, sonhar é viver, raciocinar é viver, fazer planos é viver, desmiolar é viver e ir ao supermercado com vinte pratas e uma lista de necessidades e voltar sem levar um tiro é viver.


por que é sempre aqui que as coisas descem? ou melhor, sobem do porão. nossas baratas psicolúdicas.


e tudo no espaço apropriado, isto é viagem: de novos horizontes a delírios. e o mais puro besteirol, ou seu dinheiro de volta.


por falar em novos horizontes, tenho conhecido uns lugares maneirinhos. mas a vida real não interessa. todo mundo conhece lugares maneirinhos. este é um querido diário de emoções desordenadas e impressões incontidas sobre o ser e o nada. que interessam menos ainda.


eu vou me mudar. mas não agora. parece que a casa vai ser levada num tornado para as proximidades de Oz, ainda não sei.

quem sabe é a Bruxa Má do Noroeste.


não queria tudo tão diferente, só um pouquinho.


mas a coisação aparente das coisas me contenta, por ver a roda girar. a gente não sabe pra onde mas sabe que vai.


as coisas estão no mundo, só que eu preciso aprender

Nenhum comentário: